Bisturi Elétrico, o que é, e como funciona

Bisturi Elétrico, o que é, e como funciona

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A medicina atual anda lado a lado com os maiores avanços tecnológicos do mundo com o principal objetivo de preservar a saúde e garantir o sucesso de procedimentos médicos de alta complexidade.

O bisturi elétrico (eletrônico/eletrocirúrgico como também pode ser conhecido), é um instrumento cirúrgico utilizado em procedimentos denominados de eletrocirurgia ou diatermia.

É um equipamento específico com uma condição especial para aplicar eletricidade em tecidos biológicos. São comumente usados em praticamente todas as especialidades cirúrgicas.

Podemos citar a dermatológica, ginecológica, cardíaca, plástica, ocular, maxilo-facial, ortopédica, urológica, procedimentos neurocirúrgicos e gerais, bem como certos procedimentos odontológicos.

Acompanhe no artigo um apanhado de tudo o que você precisa saber a respeito do bisturi elétrico e sua aplicação na área médica, boa leitura!

Eletrocirurgia

A eletrocirurgia ou diatermia, são processos em que os tecidos biológicos são destruídos através da aplicação da eletricidade, coagulando os vasos sanguíneos. Esse procedimento é possível com a utilização do Bisturi Elétrico.

Na eletrocirurgia, a corrente elétrica é produzida por um gerador, chegando ao corpo do paciente através de um eletrodo ativo agindo no tecido biológico alvo. Está corrente irá encontrar a saída através do eletrodo neutro que é a placa colocada junto ao corpo deste paciente.

Quando a corrente elétrica encontra a resistência do tecido biológico, ela se transforma em calor. Através deste calor que foi produzido é que serão definidos os efeitos terapêuticos que podem ser o corte ou a coagulação.

A energia térmica de alta frequência produzida irá aquecer a ponta metálica do eletrodo positivo. Essa energia irá passar através do corpo do paciente sendo eliminada por meio da placa dispersiva, que estará direta ou indiretamente ligada ao fio-terra.

Se este aquecimento for de forma lento e fraco, o calor produzido dentro da célula provocará evaporação de água e a diminuição do volume celular, constituindo o efeito terapêutico da coagulação.

Por sua vez quando o aquecimento acontece de forma rápida e forte, ocorrerá a explosão da membrana celular, com evaporação do conteúdo intracelular, constituindo desta forma o efeito terapêutico de corte.

Ao contrário do que se possa pensar, existe sangramento, mas uma das vantagens de se utilizar um Bisturi Elétrico é a sua capacidade de realizar cortes precisos com a limitada perca de sangue.

Sistemas Utilizados pelo Bisturi Elétrico

Sistema Monopolar

A eletrocirurgia no sistema Monopolar pode ser usado em várias modalidades incluindo o corte e a cauterização.

Através do eletrodo denominado ativo, a energia irá entrar no corpo do paciente podendo ser usado para corte do tecido e a coagulação.

A placa Neutro (eletrodo dispersivo), é colocada no paciente em qualquer parte do seu corpo, de modo que esta corrente elétrica fluirá a partir do gerador de energia por meio do eletrodo ativo passando através do tecido biológico alvo, e o retorno se dará por meio da placa neutro (eletrodo passivo).

A eletrocirurgia monopolar é bem utilizada por conta da sua versatilidade e eficácia.

Sistema Bipolar

A eletrocirurgia pelo sistema Bipolar, trabalha com tensões mais baixas empregando menos energia, isso faz que o Bisturi Elétrico, tenha sua capacidade limitada para cortar e coagular grandes áreas de sangramento, excetuando os dispositivos concebidos para funcionar em fluídos.

Porém, com a eletrocirurgia bipolar, diminui-se significativamente o risco de queimaduras no paciente. Neste sistema a corrente elétrica irá se mover pelo tecido através das pinças, uma vez que o caminho da corrente elétrica é confinado ao tecido entre os dois eletrodos, eliminando também o risco de desvio de corrente.

Modalidades de eletrocirurgia com o Bisturi Elétrico

Eletrocoagulação: usa-se formas de onda com potência média, gerando calor suficiente para a vaporização, se utiliza da ação coagulante da corrente, empregada para a destruição de tecidos patológicos.

Corte / Dissecção: Consiste na secção dos tecidos.

Fulguração: Coagulação superficial, sendo indicado para remoção de proliferações celulares cutâneas e remoção de manchas. (Faísca elétrica sobre a lesão que, fulturada, morre e é eliminada em alguns dias).

Hemostasia: Processo no qual se impede, detém ou previne o sangramento. Realizada no decorrer da intervenção cirúrgica.

A prevenção de danos não intencionais

Para o uso cirúrgico de alta energia o sistema Monopolar depende de um bom contato elétrico entre uma grande área do corpo (geralmente as costas do paciente, quando possível) com o eletrodo dispersivo de retorno (placa).

Queimaduras graves (3º grau) podem ocorrer se o contato com o eletrodo de retorno não for satisfatório, ou quando um paciente entra em contato com objetos de metal que serve como um involuntário caminho de fuga (terra).

Para evitar queimaduras não intencionais, toda a pele é limpa e um gel condutor é usado para melhorar o contato com o eletrodo de retorno. O aterramento elétrico do prédio, onde será feito o procedimento deve ser adequado.

A utilização da opção bipolar não requer a colocação de um eletrodo de retorno, uma vez que a corrente passa apenas entre os dentes da pinça ou outro dispositivo de saída bipolar.

Vantagens e Desvantagens

Algumas vantagens da utilização de um Bisturi Elétrico são as incisões rápidas e precisas, não havendo a necessidade de exercer pressão demasiada sobre os tecidos. Grande facilidade na remoção de tecidos hipertróficos. Controle da hemorragia, possibilitando o contorno dos tecidos e a arquitetura gengival normal podem ser restaurados com maior facilidade.

As desvantagens é a necessidade de treinamento minucioso do operador, com atenção especial na corrente de energia durante o emprego do aparelho, uma vez que variações de intensidade na corrente elétrica podem acarretar problemas técnicos.

O Bisturi Elétrico, não pode ser usado na presença de elementos inflamáveis, explosivos e determinados agentes anestésicos, devido ao risco de incêndios e explosões.

O desprendimento de odor desagradável e, eventualmente, fumaça, que em alguns estudos consideram ser cancerígena e prejudiciais aos operadores do Bisturi Elétrico.

Indicações e Contra-indicações

As indicações básicas para eletrocirurgia são os tratamentos de lesões benignas e malignas, como:

Benignas: Verrugas Quelóides, Molusco contagioso (tumores cutâneos claros que surgem na pele), Queratose actínia (lesões vermelhas escamativas no rosto, orelhas, couro cabeludo), Cistos Melanoses actínicas (manchas de sol)

Malignas: Epiteliomas basocelular (câncer maligno da pele), Espinocelulares (tumor maligno em diversos órgãos: bexiga, pulmões, próstata). Na rotina dermatológica, é um recurso muito utilizado.

Já a contra indicação vai para utilização em pacientes portadores de marca-passos cardíacos, visto que a corrente de alta frequência pode desativar marca-passo não protegido, o que  já não é mais comum, haja visto que atualmente os marca-passos já são em sua grande maioria protegidos.

A presença na sala operatória de Óxido Nitroso e Oxigênio por serem explosivos e a presença de restaurações metálicas. Todas essas são algumas contra indicações.

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Referências:

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